quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ama-me agora

Ama-me agora que te quero,
com toda minha vontade

Mas posto que é permanente
este desejo que sinto por ti,
Se preciso for deixe a pressa de lado...

Vou te esperar mesmo por toda a eternidade!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Servo

A solidão habita a alma do poeta
de modo tão insistente,
que ele consegue expulsá-la
apenas quando escreve

Mas até nesses raros momentos,
a única coisa que consegue é
descrever o quanto é servo
dessa estranha criatura

Que fala sem ter voz, disfarça-se
de qualquer musa por quem o pobre
infeliz imagina ter algum sentimento

Rouba-lhe a calma, resiste ao tempo...
E por quem este sempre se esquece,
já nasceu apaixonado perdidamente.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Minha melhor companheira

Hei de cantar aqui neste canto
e sempre, um amor verdadeiro

Vivido ou sonhado. Pois que o amor,
nem sempre se pode ter por inteiro

Hei de cantar lá noutro canto,
as dores feito brincadeira

Mas que seja a emoção, sempre,
a minha melhor companheira.

domingo, 24 de outubro de 2010

Um Grão de Loucura

Um grão de areia não tem cor,
não tem cheiro, não tem sabor

Pode ser chutado, pisoteado,
esmagado, não sente dor...

Um grão de areia é essência do
deserto sem vida. O lar do escorpião

E da cobra que serpenteia, como se
a vida, fosse eterno verão

Um grão de areia moldado pelo vento,
forma as dunas de curvas sinuosas
que te fascinam. Tem a cor do ouro,
na despedida das tardes que terminam

Um grão de areia forma a praia onde
descansas. De onde se avista o mar,
e a beleza da onda que dança

Um grão de areia aquecido, forma o
vidro que faz teus óculos, tua lupa,
teu telescópio. Misturado à prata
bendita, faz o espelho onde te fitas

Um grão de areia aquecido, faz a garrafa
de teu vinho do Porto. Faz também, o
pequenino frasco onde guardas o teu
teu perfume. Ou o veneno, que te faz morto

Um grão de areia junta-se ao barro que os
teus pés suja, ou ao cimento que o sobrepuja,
e faz a casa que te abriga. O lar, para tua vida

Faz a cela que te castiga, faz o templo onde a
teu Deus você grita, mas que às vezes te é surdo.
Pois você, também nem sempre nele acredita.

Um grão de areia cai na ostra e se transforma
em pérola. Ou cai no teu olho, e reclamas: Que
diabo! Que grão do Inferno!

Um grão de areia é assim. Pequenino e sem vida
Pode ser tudo, e pode ser nada. Pode ser até, fique
a vontade, o mote do teu poema na madrugada.

sábado, 23 de outubro de 2010

Amor Inocente

Hoje eu só queria estar assim...

No teu colo, na tua cama
E entre beijos e carícias,
explorar teus íntimos segredos

Com a língua, com os dedos,
acariciar primeiro os lábios
de cima. Depois, o pescoço,
os seios... Descer a estrada
sem freio, rumo ao desatino

E chegar ao pote onde queima
o mel dos desejos... Para
estancar esta sede da flor e
da flexa, fogo que nos calcina

Pois que a menina é loba e
mulher... E o menino, aquele que
te quer, veste pele de cordeiro
Mas ao fim não passa mesmo,
é de um grande trapaceiro...

Ah, vida e sina! Nunca se chega
aprender na prática o verdadeiro
amor... Aquele que tanto se ensina.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quem é bom de bico, enche o papo

Meu caro pássaro de bico longo e bem desenhado.
Leve a mal não, mas nesta selva de ilusões o segredo da
sobrevivência está menos no tamanho do bico, que no bom
trinado... E o que te parece agora apenas mais um pedaço
de pano vermelho rasgado, continua a ser o nosso grande
ninho de pelego-lego. E garanto: Está muito bem arrumado

Acorda, amigo! Que aqui comigo não tem essa história de
pato manco... Não sou cartomante, mas já vejo que o teu
futuro vai ser mesmo ficar eternamente esperando a vez
sentado no banco... Se até o gringo já disse que eu sou
O Cara, e já venho levando esse povo no bico por tantos
anos, tu acha que logo agora vou lá ter medo de tucano?

Eu sei que ninguém entendeu bem a escolha. O porquê de
uma desconhecida na parada. Eles esqueceram que tem o
Livrão... E de que quem tem apenas dois, não tem nada. Às
vezes me pergunto, que mal tem a eternidade? Se até o velho
deus ateu da ilha perdida ressuscitou e ainda tá dando piruada!
Sei também que pra você ela é apenas mais uma Edileusa
que veio do nada. Mas pra mim, já é a Dil, minha rainha
primeira, do nosso terceiro reino encantado

E pra fechar já vou avisando: Não adianta apelar pra nenhum
escândalo, que eu nunca sei o que está rolando. Demito e pronto!
Fica tudo limpinho, e no fim o povão só quer mesmo saber é de
bolsa e do meu canto... E se não quer voltar a apanhar feio, vê
se não me aparece daqui a quatro, que vou ganhar meu terceiro.

Te cuida, careca, que teu sonho emplumado é puro engano!
E saiba que eu sempre vou dizer-me do contra... Mas agora no
segundo tempo, vou mesmo é abortar de vez os teus planos!

domingo, 10 de outubro de 2010

A palavra essencial

Mesmo que venhas de muito longe, e me
tragas de presente o maior dos cestos,
carregado até a boca com as mais lindas
palavras bordadas

Se esqueceres daquela denominada amor,
serei gentil, mas firme: Volte, por favor.
E apanhe aquela que nunca poderia ter faltado
Senão terá sido inútil tanto o presente,
quanto tua longa caminhada.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Importa mesmo é quem eu amo

Se disseres que me amas,
ficarei feliz e orgulhoso, é claro
Mas sempre que digo: Eu te amo,
sinto-me mais feliz ainda

Pois nestes momentos ultrapasso
a barreira do eu, guardada
com tanto esmero. Sinto-me
somente teu, e agora por inteiro.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Simples?

Seria tão simples, se eu não
respirasse ainda o teu ar...

Seria tão simples, se meu porto
seguro não esperasse ainda teu
barco ancorar

Seria tão simples, se eu amasse
qualquer outra e deixasse de te amar

Mas quem quer o simples?
Se o mais gostoso do amor
É se perder e jamais se encontrar

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Deixe-me ser feliz com você

Vês, amor,
O brilho do meu olhar quando te fita?
Sentes, amor,
Meu coração como se agita?
Deixa, amor,
Que eu viva ao teu lado assim: para sempre?
Deixa, amor,
Que seja feliz, simplesmente?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Doces Mentiras (Betha M. Costa)*

Supondo haver mentira doce,
Creio na doçura das palavras,
Creio que sejam verdadeiras,
Creio no que quero ser verdade.

Como crente e apaixonada,
Nego questionar os cernes,
Os antes, durante ou depois…

Vinculo e ajusto a realidade,
Ao tamanho de meus sonhos,
Sejam ínfimos grãos de areia,
Ou infinitas galáxias inteiras.

*Conheça outras composições desta amiga e excelente
poetisa em: http://blig.ig.com.br/poeticaspalavras/

segunda-feira, 12 de julho de 2010

É teu, e é amor

O que trazes no coração eu não sei
Mas gostaria muito que fosse eu

O que trazes no coração é um sonho teu
Porém enquanto sonho, é também um sonho meu

O que trazes no coração são palavras não ditas
Que leio em teus lábios quando te esqueces
E o que trazes, se transforma em escrita

O que trazes no coração é alegria e dor
O que trago no meu, apesar de sempre
escorrer-me como água entre os dedos, não
desanimo e declaro sem medo: É teu, e é amor.

domingo, 28 de março de 2010

Paixão, animal errante.

O céu e o chão inconstantes
A alegria e a dor ao mesmo instante,
são presentes da paixão, animal errante.

Mas o amor, este é diferente
É feliz mesmo na espera, é paciente

Pois, primeiro conhece a quem ama
De um modo profundo, não erroneamente

Se tiver que partir, parte. Mas no fundo
Não vai. Esconde-se somente

Pois o verdadeiro amor, nunca sai
assim de chofre do coração da gente.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Marimba

Um dia dizes talvez
Noutro gritas um não

Enquanto isso, no fundo
dos teus olhos negros
e lindos brilha um sol
de louco desejo

Que enquanto aquece
a tarde morna de verão,
faz mudar o tempo...

Mas para o menino criado
na rua com toda a tarimba,
hoje pouco importa a direção
que toma o vento...

Saiu de marimba. Pedra e linha
lançadas com precisão. E a pipa
voada, claro, caiu em sua mão.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Canto do aconchego

Diz-me ao que vens, amor
Sem subterfúgios, sem meias
palavras. Serena como água
cristalina de um riacho

Por um instante que seja,
suspenda o choro, abafe o grito
Que te darei a mão para
que possas voar até o infinito

Que lá, sem medo com toda a
loucura do encanto, irás renascer
a cada dia um pouco mais nos
braços deste que te ama tanto

Embora eu já adivinhe, diz-me
ao que vens. Somente para que
eu tenha a licença para corrigir
teu rumo, teu passo.

E possa fazer-te finalmente feliz
No aconchego do meu colo,
no calor do meu abraço.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Canto do afeto

O afeto, pó fino de minha
minha emoção sincera, levado
pela brisa do mais puro sentimento
pousa sempre no teu colo

E por certo leva junto os sons
da música de nossas almas
O que temos de melhor
a qualquer momento
Nossa canção mais bela

Mas todas as vezes em que assopras
a poeira, tapas os ouvidos ou te calas,
me pergunto: Por que não podemos
cantá-la sempre em duo, por que
eventualmente desacreditas tanto
do que parece sonho e cantas solo?

domingo, 31 de janeiro de 2010

Teus escritos, minha emoção

Poucas vezes passo para te ler
No mais das vezes não tenho tempo
Mas todas as vezes que venho é por prazer
Por isso, nunca lamento.

Posso até tentar dissimular a
emoção de agora aqui estar
Mas confesso que de você,
nunca dá para dissimular não.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

La Reina

Yo te he nombrado reina.
Hay más altas que tú, más altas.
Hay más puras que tú, más puras.
Hay más bellas que tú, más bellas.
Pero tú eres la reina.

Cuando vas por las calles
nadie te reconoce.
Nadie ve tu corona de cristal, nadie mira
Ia alfombra de oro rojo
que pisas donde pasas,
la alfombra que no existe.

Y cuando asomas
suenan todos los ríos
en mi cuerpo, sacuden
el cielo las campanas,
y un himno llena el mundo.

Sólo tú y yo,
sólo tú y yo, amor mío,
lo escuchamos.

(Pablo Neruda)